Acusações e perguntas como “Pq ñ me atendeu? O que aprontou? Ta com outro?" lhe causarem medo! Medo de largar o celular da mão e não escutar o seu toque, justamente no momento em que ele liga.
O celular a acompanha para todos os lugares e em todos os momentos, até por baixo do chuveiro já se aventurou. Tornou-se uma peça de união durante a ausência dele e uma segurança de poder garanti-lo a sua saudade e eterna espera por ele.
Medo de ser mal interpretada. Medo de conversar com alguém, ter amizades, de sair...
Meu deus, a vida inteira ela desconheceu o medo, agora faz parte do dia a dia dela.
Medo de sorrir, de seguir, de viver. Tanto, tanto medo de perder... perder quem invadiu seu coração, sem se quer ser convidado, quem conseguiu fazer nascer tantos sentimentos até então desconhecidos. A única pessoa que já conseguiu fazer-la feliz por completo, com quem encontrou a paz e de quem sonha todos os dias, todas as noites enquanto fica esperando....
Ao acordar o primeiro pensamento vai à ele...uma olhada rápida no celular que dorme quiertinho no travesseiro ao lado, medo de novo, será que sem querer ela dormiu um sono tão profundo e não escutou o cel tocando? Ele vai achar q não queria atender, ou pior, q não podia.
Aliviada, ao mesmo tempo triste ela vê q não há motivo de preocupação, nenhum sinal de vida. “Faz tempo que ele já não se preocupa mais em me ligar de noite. Também, não há porque. Os ciúmes dele passarem, ele já me conhece e sabe q nunca vou ao lugar algum, sabe q me tornei totalmente dependente dele, q sou um carapato apaixonado...” ela se perde nos pensamentos e foge antes de cair em depressão....Como será o dia hoje? Tomara que ele acordou bem. “Deus por favor faça que ele não ter que se estressar, q ele não se aborrece, que nada de mal lhe acontece e q ele tenha $$ no bolso, pois só assim ele vai deixar o mal humor por lado e talvez venha me ver no fim do dia!”, ela reza e começa se arrumar.
aqui em diante todo vira sofrimento, querendo agradar e conquistar nada da sua vida se encaixa. Como sempre sem opções de roupas no armário ela mais uma vez se deu conta que, apesar de já não comer nada, as gordurinhas parecem se sentir bem a vontade no seu corpo. Que parte de “ele não gosta de mulher gorda” você não entendeu? pergunta ela à cara sem expressão no espelho...
Os dias se passam da mesma forma triste e demorado. A Donna Esperança, intrometido está por toda parte...Será q é ele? toda vez qdo uma porta se abre...Será que ele vai ficar um pouquinho sentado aqui, toda vez qdo ele se serve café...
Essa esperança, a paciência, insistência e a vontade dela merecem.... merecem o que? Um final feliz ou uns tapas na cara pra acordar?
Em casa, sozinha é claro, continua esperando...
Esperando pelo barulho do elevador na esperança q a porta se abre.
Esperando sem respirar, só pra identificar se o ruído do carro parando na rua poderia ser, um dos tão desejados anúncio à chegada do amado e, mais uma vez, total atenção no barulho do maldito elevador.
Assim ela passa, as vezes até contando segundos, minutos, geralmente horas, esperando dias, perdendo anos....2 anos, 4 meses, 12 dias e 14horas mais ou menos.
Maldita inocência de acreditar q o amor muda tdo....Maldita a esperança, nem se sabe quem a inventou, muito menos porque faz parte do pacote.
"Quem não corre atrás do que quer, não merece o que deseja!" Cadê o final feliz?
Ofereceu a vida à ilusão, com medo, esperando, tentando tirar forças das migalhas de carinho e atenção, para seguir o seu caminho na batalha pela sua felicidade.
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